Olá energista! Hoje vou te mostrar que podemos aprender com os erros! Neste artigo você vai descobrir os 3 erros de iniciantes no setor solar com inversores!

Com tantos sistemas fotovoltaicos sendo instalados hoje em dia, não é raro encontrar alguns com equívocos na hora de usar os inversores.

Primeiramente, o inversor é um equipamento fundamental para um sistema fotovoltaico. Ele converte a corrente contínua em corrente alternada e faz a sincronização com a rede, mas não é tão simples assim. Para saber tudo sobre os inversores clique aqui.

Nesse sentido, a escolha de inversor errado ou instalação inadequada são uma das principais causas de problemas de geração, incompatibilidade ou reprovação tanto de projeto quanto de vistoria dos sistemas fotovoltaicos!

Por isso, resolvi apontar nesse post 3 principais erros em um sistema solar com inversores. Vamos nessa?

Erro nº 1: Inversor com tensão de saída incompatível com a rede

De ante mão, dependendo da região do nosso Brasil, temos tensões de rede muito diferentes. É possível encontrar tensões como 110V, 115V, 120V, 127V, 208V, 220V, 254V, 380V até 440V em diferentes partes do território nacional, sendo algumas que ainda nem são padronizadas. A imagem abaixo mostra essa variedade de tensões.

Por isso, é comum acontecer o erro de comprar ou instalar um inversor com saída de tensão diferente da rede. No total, o PRODIST Módulo 8 (verifique sempre a revisão mais recente) nos traz 8 níveis de baixa tensão dentre tensões nominais fase-fase e fase-neutro.

tensões no Brasil

Portanto, é muito importante definir exatamente como é alimentada cada instalação e deixar claro a quantidade de fases e a tensão nominal de cada uma para as redes bifásicas e trifásicas.

Pois, esse erro pode implicar em custos desnecessários na aquisição do inversor. Para redes 127V, por exemplo, você pode encontrar um inversor compatível e, muitas vezes, não precisa de um transformador.

Erro nº 2: Inversor trifásico para rede mono ou bifásica

Via de regra, um inversor monofásico pode ser conectado em uma rede bi ou trifásica, mas o contrário não pode acontecer.

Em relação as fases dos inversores, existe bastante divergência, pois cada fabricante e concessionária tem suas especificações.

No geral, dizemos que até 10 kWp, o sistema pode ser monofásico ou bifásico. Em algumas distribuidoras, como na EletroPaulo, eles consideram até 15kWp como sistema mono ou bifásico.

Vale ressaltar que é nesse cenário que ocorre o desbalanceamento de rede.

ligação inversores rede de distribuição

Em suma, quando um inversor monofásico, por exemplo, é ligado em apenas uma das fases da rede trifásica, a potência total na fase a qual ele foi conectado terá uma injeção de potência maior em relação as outras, ocorrendo assim um desequilíbrio entre as fases.

Esse desbalanceamento pode ser detectado com a utilização de analisadores de energia, muitas empresas já vêm utilizando esse equipamento para melhorar a qualidade de distribuição das cargas nas fases, na imagem abaixo vemos um exemplo de um oscilograma mostrando a tensão em cada fase.

oscilograma fases

Aliás, a principal consequência do desbalanceamento de fases é o aumento das perdas elétricas, ou seja, sistemas elétricos desequilibrados ou desbalanceados provocam o desperdício de energia elétrica.

Por isso é importante fazer a correção ou estudo antes de instalar um inversor, pois além da questão econômica e operacional, quando as cargas conectadas na rede estão em equilíbrio ou balanceadas o cenário ambiental melhora, visto que diminui-se as perdas.

Nesse sentido, o correto a se fazer é equilibrar os sistemas monofásicos a serem instalados em uma rede trifásica.

3 sistemas conectados em cada fases

A concessionária pode catalogar em qual fase foi conectado os sistemas monofásicos para que nos sistemas seguintes se tenha uma orientação em qual fase o sistema pode ser instalado, evitando assim o desbalanceamento. Essa análise deve ser aliada ao consumo que cada fase tem na própria residência.

Assim, dificilmente teremos o desbalanceamento de rede. Mas, infelizmente isso não acontece na prática, sendo um erro corrigido apenas quando aparece o problema, trazendo custos e perdas que poderiam ser evitadas.

Exemplo de desbalanceamento de rede

Por exemplo, um sistema de 6,0 kWp. Se a rede é mono ou bifásica, existem inversores monofásicos de 5 ou 6,0 kWp, mas o ideal nesse caso é instalar 2 inversores de 3kWp, um em cada fase da rede. 

Já se a rede é trifásica, o ideal é instalar 3 inversores de 2,0 kWp. Assim não ocorre o desbalanceamento da rede.

O benefício do balanceamento de fases é proporcionar uma melhor distribuição de cargas para cada fase.

Aliás, a principal função é igualar a passagem de corrente e tensão para evitar sobrecargas, não excedendo os valores de referência estabelecidos em regulamentação específica.

O PRODIST Módulo 8 (verifique sempre a versão vigente) estabelece um valor igual ou inferior a 2% do valor de referência nos barramentos do sistema de distribuição, com exceção da baixa tensão.

Erro nº 3: Inversores com 1 MPPT para diversas orientações.

O MMPT é uma função do inversor utilizada para o rastreamento constante do ponto ótimo de maior potência do arranjo fotovoltaico ao qual ele está conectado.

Sendo assim, a melhor maneira de instalar esta função é num arranjo que possua apenas uma orientação. Pelo fato da curva de potência x corrente não possuir máximos locais menores que o ponto máximo de potência fornecida pelo arranjo.

Adquirir um inversor com 1 MPPT para telhado onde será necessário utilizar mais de uma orientação, é um exemplo clássico de que não foi realizada visita técnica e avaliação do local antes de fechar o contrato. E, em consequência, esse erro afeta diretamente na produção de energia.

orientações diferentes

Então, quando há arranjos de módulos em orientações diferentes, Norte (melhor posição para geração) e outra orientação, Oeste por exemplo, nunca devem ser conectados em apenas uma MPPT.

Utilizar a mesma MPPT para várias orientações ocasiona perdas graves por mismatch, onde os rastreadores buscarão ponto de máxima potência e encontrarão incompatibilidade, ajustando-se ao módulo de menor potência, reduzindo assim a geração total. 

Lembrando que entradas diferentes em uma mesma MPPT não fazem com que esse efeito seja amenizado.

E se associar isso a sombreamento, então?… É perda de geração na certa!

Por isso é importante utilizar inversores com múltiplas MPPTS, microinversores ou otimizadores de potência, que trazem vantagens. Para saber mais desse assunto, acesse aqui.

DICA EXTRA

Sobre o disjuntor, considero que vale a pena utilizar para cada fase ou também para cada string na parte CC. Não é só uma questão de normas ou segurança, mas também de facilitar manobra no sistema.

Então para resumir, esses são os 3 piores erros de iniciantes no setor de energia fotovoltaica:

1 – Inversor com tensão de saída diferente da rede;

2 – Inversor trifásico para rede mono ou bifásica;

3 – Inversor com 1 MPPT para diversas orientações.

Agora você não vai mais errar na escolha do seu inversor! 

Compartilha também, com seu colega de trabalho ou com quem precisa saber essas dicas para não errar mais.

E, se você quer aprender aprender tudo sobre Energia Solar, faça parte do nosso curso de Dimensionamento Fotovoltaico. 
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Até a proxima!

Joi e equipe.

 

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