No meio energético muito se fala em despacho de usinas. Se tratando de Brasil e de todas as fontes para obtenção de energia, isso se torna um pouco complexo.
Para que o sistema de geração de energia no Brasil opere bem, com menor custo e aproveitando ao máximo todos os recursos nós precisamos de uma programação e um planejamento.
A ONS define a programação da operação do sistema elétrico que corresponde ao despacho das usinas que irão gerenciar a demanda no Brasil.
A geração de energia no nosso país é por um sistema hidro-termo-eólico e objetivo da programação da operação é atender toda a demanda através do despacho das usinas. Isso minimiza ao máximo o custo de operação, aumenta a modicidade tarifária e consequentemente o consumidor pagar menos.
Despacho de usinas é o conjunto de instruções, ações e o controle feito pelo ONS nos processos de planejamento e programação, operação em tempo real e pós operação.
Então quem “manda” na usina em operação é o ONS, mas isso é feito só para as usinas maiores, usinas que contribuem com parcelas enormes de geração.
De ante mão, os geradores ofertam quanta energia querem produzir e a qual preço. A partir dessas informações, o operador do sistema constrói a curva de oferta (crescente com o preço) e a curva de demanda (decrescente com o preço).
Tais curvas são analisadas e se “cruzam” para se obter um ponto de equilíbrio. São despachadas as usinas cujas ofertas de preço sejam menores ou iguais à esse ponto de equilíbrio.
Todavia, existem dois despachos: o despacho centralizado e o despacho descentralizado.
Cada modelo é determinado para algum tipo de usina. Conforme a modalidade de operação, a usina pode ser:
– TIPO I – Programação e despacho centralizados;
– TIPO II – Programação centralizada e despacho não centralizado;
– TIPO III – Programação e despacho não centralizados.
Por exemplo, usinas eólicas e solares, seguem o despacho descentralizado. Pois, devido sua intermitência, devem estar associadas à outras usinas que possam ser acionadas em caso de pouco vento ou pouca insolação.
Já, para um gerador hidrelétrico, por exemplo, o despacho é centralizado. Pois, a operação diária do reservatório é essencial. Se temos duas usinas, uma em sequência da outra, a geração da segunda vai depender diretamente da disponibilizada de água fornecida pela primeira.
Como a “disputa” de água é de interesse das duas usinas, a necessidade de despacho centralizado é maior.
A maioria dos despachos no Brasil são centralizados, pois a matriz energética ainda está se consolidando diversificada.
Lembro também que não são todas as usinas hídricas, solares, eólicas, térmicas…. que são despachadas. Para saber mais informações sobre o tipo de usina, acesse aqui.