Olá Energistas, tudo bem com vocês?
Hoje vamos falar um pouquinho sobre o vento. O GRANDE PRECURSOR DA ENERGIA EÓLICA!
Fazendo esse post lembrei da minha infância.
Quando eu era criança, sempre brincava com dente de leão, e achava incrível, como aquelas pétalas voavam para tão longe. Tempos depois eu entendi, que era o vento que proporcionava aquela “mágica”.
E por que vamos falar sobre o vento?
Sem o vento a energia eólica não existiria não é mesmo? Tudo começa por ali, veja só:
É um processo e tanto não é mesmo?
Mas hoje vamos nos deter na primeira etapa, afinal o profissional de energias renováveis que se preze, precisa conhecer todo o processo de conversão.
Então eu pergunto: Você acha que realmente conhece o vento?
Basicamente o que conhecemos como vento é o AR EM MOVIMENTO.
Ele é resultante das diferenças de pressão atmosférica e de temperatura entre os diferentes lugares.
Só percebemos ele, quando o mesmo se desloca de um lado para o outro.
Não vamos nos aprofundar nem estudar pequenos detalhes (deixamos isso para os meteorologistas), mas acredito ser importante tratarmos sobre:
– Como se formam os ventos;
– Classificação dos ventos por escala;
– Ventos Verticais;
– Ventos Horizontais;
– Ventos Constantes;
– Ventos Periódicos;
– Ventos Locais
– Ventos Variáveis;
– Obtenção de dados de Vento e
– Dicionário dos Ventos.
COMO SE FORMAM OS VENTOS
Os ventos se formam pelo deslocamento do ar pela diferença de temperatura ou de pressão.
Em termos práticos quando uma quantidade de ar é aquecida, ela fica menos densa e sobe, deixando um espaço vazio no local onde estava. O ar frio por vez tende a ocupar esse espaço vazio, formado os ventos.
Ou também, quando uma massa de ar com alta pressão atmosférica se move em direção a uma região de baixa pressão, geram-se os ventos. Veja nesse esquema:
Por mais que aparentemente é um processo simples, existem vários tipos de ventos. São eles os ventos verticais, horizontais, constantes, periódicos, locais e variáveis.
CLASSIFICAÇÃO DOS VENTOS POR ESCALA
Antes de conhcermos os tipos de ventos é importante saber a escalas dos mesmos.
Cada tipo de vento altera conforme a sua durabilidade e seu comprimento, por isso que há essa divisão pelas escalas de circulação geral, escala sinóptica, mesoescala e microescala.
– Circulação geral: ventos que podem durar semanas à anos, seu comprimento varia de 1000 à 4000 km.
– Escala Sinóptica: ventos que podem durar dias à semanas, seu comprimento varia de 100 à 5000 km.
– Mesoescala: ventos que podem durar por minutos à dias, seu comprimento varia de 1 à 100 km.
– Microescala: ventos que podem durar por segundos à minutos, são menores que 1 km.
Para melhor entender vou dar o exemplo das brisas e dos tornados. Os dois duram minutos à dias e tem a mesma quilometragem de comprimento, porém são tipos de ventos diferentes, um é vento periódico (brisas) e outro vento variável (tornados).
Por regra, na escala de circulação geral, temos os ventos alísios e contra-alísios. Os demais tipos de ventos, que vamos conhecer logo mais, vão se enquadrar nas diferentes escalas, conforme seu comprimento e velocidade.
Agora que deu pra entender um pouco mais sobre as classificações, vamos conhecer os tipos de vento.
VENTOS VERTICAIS
Também conhecidos como ventos descendentes.
Os ventos verticais também se formam quando a camada de ar quente próxima ao solo sobe (por ser mais leve), substituída por outra fria, que desce.
VENTOS HORIZONTAIS
Também conhecidos como ventos ascendentes. O processo é semelhante ao dos ventos verticais.
Quando a massa de ar sobre uma região se aquece, ela sobe; porém, seu lugar será preenchido pelas massas de ar frio que estão na vizinhança, e não pelo o que estava em cima.
VENTOS CONSTANTES
São aqueles que ocorrem de forma frequente.
Por regra geral são classificados na escala de circulação geral, onde podem duram por semanas ou anos. Já em relação ao seu comprimento que atingem variam de 1000 à 4000 km.
Basicamente são divididos em ventos alísios e contra-alísios.
VENTOS ALÍSIOS: Sopram constantemente das zonas polares e dos trópicos em direção à linha do equador. Carregam umidade e provocam chuvas nas regiões onde eles se encontram com outros ventos e massas de ar.
VENTOS CONTRA-ALÍSIOS: Realizam o movimento contrário aos ventos alísios, direcionando-se da linha do equador aos trópicos. São ventos geralmente muito secos.
VENTOS PERIÓDICOS
São aqueles que ocorrem de forma repetitiva ou durante uma estação do ano.
Existem dois principais tipos: as monções e as brisas.
MONÇÕES: Ventos que sopram do mar para o continente e do continente para o mar, variando conforme as estações do ano.
BRISAS: São movimentos constantes e repetitivos que sopram do mar para o continente durante o dia, e do continente para o mar durante a noite.
VENTOS LOCAIS
Os ventos locais são aqueles ventos que ocorrem em uma determinada região durante um determinado período do ano.
Em nosso país, temos um bom exemplo de ventos locais, o vento noroeste, massa de ar que, saindo do Amazonas, alcança o Estado de São Paulo entre agosto e outubro. Outro exemplo são os que sopram do sul para o centro-oeste.
Esses ventos são extremamente importantes para a dispersão de chuvas no espaço. Se não fossem eles, haveria uma grande quantidade de regiões em que choveria além do normal e muitas outras que sofreriam com o tempo seco.
VENTOS VARIÁVEIS
E os ventos variáveis são os ventos irregulares que varrem uma determinada área de maneira inesperada.
Esses ventos não se padronizam, pois eles obedecem às condições naturais de cada localidade. Condições como pressão atmosférica e formas de relevo, interferem no sentido e no destino dos ventos.
Como exemplos desses ventos temos rajadas de vento, ciclones, furacões e tornados.
OBTENÇÃO DE DADOS DE VENTO
A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as estações do ano e as horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo também tem grande influência na distribuição de frequência de ocorrência dos ventos e de sua velocidade em um local.
Para avaliar o vento em um local específico precisamos medi-lo, saber sua velocidade, intensidade, direção, frequência, etc., vou explicar melhor sobre isso nos próximos posts, mas podemos obter os dados de estudos já realizados.
Existem diversas fontes para obtenção dos dados de vento, vou citar aqui os que utilizo:
– CRESESB (Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sério Brito) utiliza o Atlas Brasileiro, acesse aqui.
– INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) utiliza dados de estações locais, portanto com baixa altura (cuidado com isso) acesse aqui.
– Atlas estaduais, vários estados possuem seus estudos sobre o vento local, também são materiais confiáveis, pesquise o do seu estado.
Além é claro da medição direta, esta é exigência para usinas de maior porte que necessitam de outorga, onde precisam implantar estações de medição anemométrica por pelo menos 3 anos com vários equipamentos que veremos nos próximos posts.
Aqui no Brasil, temos ótimos potenciais de vento, principalmente no Nordeste, o mapa do Atlas Eólico Brasileiro pode ser visto a seguir:
DICIONÁRIO DO VENTO
Os ventos podem ser classificados de diversas maneiras e escalas. Como existem muitos tipos de vento, isso pode te deixar confuso, criamos aqui então um DICIONÁRIO DO VENTO, com definições simples para que você pesquise sempre que encontrar algum destes nomes por aí.
Anticiclone: Se formam em centros de alta pressão, associados às condições melhores de tempo. Move-se no sentido horário no Hemisfério Norte e no sentido anti-horário no Hemisfério Sul.
Brisa marítima: ventos com movimentos constantes e repetitivos que sopram do mar para o continente durante o dia.
Brisa terrestre: ventos com movimentos constantes e repetitivos que sopram do continente para o mar durante a noite.
Ciclone: Nome genérico para ventos circulares ou para uma tempestade violenta que ocorre em regiões tropicais ou subtropicais, produzida por grandes massas de ar em alta velocidade de rotação. Os ventos superam 50 km/h. Ocorrem em centro de baixa pressão e agregam más condições temporais.
Força de Coriolis: desvia os ventos para a direita de sua direção de movimento não Hemisfério Norte, e para a esquerda no Hemisfério Sul.
Furacão: Vento circular forte, com velocidade igual ou superior a 108 km/h. Os furacões são os ciclones que surgem no mar do Caribe (oceano Atlântico) ou nos EUA. Os ventos precisam ter mais de 119 km/h para uma tempestade ser considerada um furacão. Giram no sentido horário (no hemisfério Sul) ou anti-horário (no hemisfério Norte) e medem de 200 km a 400 km de diâmetro. Sua curva se assemelha a uma parabólica.
Massas de ar (Ártica, Polar, Tropical): grandes porções de ar que apresentam condições internas de temperatura, pressão e umidade relativamente homogêneas. Ao se deslocarem, vão aos poucos, perdendo essas características. Esse deslocamento ocorre sempre no sentido das altas pressões para as baixas pressões.
Monções: Ventos que sopram do mar para o continente e do continente para o mar, variando conforme as estações do ano.
Monção de verão: Ventos que levam consigo a umidade do oceano, acarretando em chuvas no continente.
Monção de inverno: Ventos que transportam pouca água, a região tem invernos secos.
Rajada: São definidas como mudanças bruscas na velocidade do vento em um pequeno intervalo de tempo, dependendo da intensidade, podem causar desde simples agitação de folhas de árvores até a queda de árvores e destelhamento de imóveis.
Tornado: É o mais forte dos fenômenos meteorológicos, menor e mais intenso que os demais tipos de ciclone. Com alto poder de destruição, atinge até 490 km/h de velocidade no centro do cone. Produz fortes redemoinhos e eleva poeira. Forma-se entre 10 e 30 minutos e tem, no máximo, 10 km de diâmetro. O tornado é menor e em geral mais breve do que o furacão, e ocorre em zonas temperadas do Hemisfério Norte.
Tufão: É o nome que se dá aos ciclones formados no mar no sul da Ásia e na parte ocidental do oceano Índico, entre julho e outubro. É o mesmo que furacão, só que na região equatorial do Oceano Pacífico. Os tufões surgem no mar da China e atingem o leste asiático.
Vendaval: vento forte com um grande poder de destruição, que chega a atingir até 150 km/h. Ocorre geralmente de madrugada e sua duração pode ser de até cinco horas.
Vento alísio: São ventos que sopram constantemente dos trópicos para o Equador e que por serem muitos úmidos, provocam chuvas nesses arredores onde ocorre o encontro desses ventos. Por isso, a zona equatorial é a região das calmarias equatoriais chuvosas.
Vento contra alísio: Conhecidos como ventos do Oeste, são ventos secos, responsáveis pelas calmarias tropicais secas. Sopram do Equador para os trópicos, em altitudes elevadas.
Vento geostrófico: Ocorre somente na atmosfera superior (quando não há atrito com o solo).
Quanta informação não é mesmo?
Fica ligado nos próximos posts que sempre há continuação de todo este incrível mundo da Energia Eólica e demais fontes de Energia.
Aproveita e confere o post das 7 partes de um Aerogerador que você precisa conhecer.
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Cordiais saudações.
Sou a Joicimara estudante de Meteorologia pela universidade Agostinho Neto ( Angola).
Amei o conteúdo do site, saiu daqui satisfeita com os conhecimentos adquiridos. Recomendo 😍
Olá Joicimara!
Que bom que esse conteúdo fou útil para você.
Obrigada muito legal !
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Muito bom o conteúdo, eu estou estudando sobre geração heolica, ha algum curso neste sentido?
Olá Claudio!
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